para que não se repita

VÍDEO: saúde mental foi tema das homenagens nos sete anos da tragédia da Kiss

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Fotos: Pedro Piegas (Diário)

As cadeiras vazias, postas lado a lado, na Praça Saldanha Marinho, aguardavam a chegada do público para as atividades de mais um 27 de janeiro. Por voltas das 17h30min desta segunda-feira, as pessoas chegavam ao local, e sem muitas falas, mas muita emoção, todos se abraçavam, com lágrimas pelos rostos. São 7 anos desde o incêndio na Boate Kiss, de espera pelo julgamento dos réus, de busca para manter a saúde mental. E este foi o tema da 7ª edição do Janeiro 27, encontro promovido pela Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM). 


O evento começou às 19h20min, com a apresentação de vídeo com depoimentos de sobreviventes e familiares, com foco na temática e no Janeiro Branco, mês de conscientização da saúde mental. Pais e vítimas também prestam depoimento ao vivo.

Sobreviventes do incêndio na boate Kiss falam sobre saúde mental nesta segunda

Em seguida, o fundador e porta voz da Centro de Valorização da Vida (CVV), Jorge Brandão, fez uma fala sobre os dois temas propostos. Ele diz que toda a situação já é muito pesada para os familiares lidarem e com a soma do tempo de espera pelo julgamento, afeta diretamente a saúde mental de pais, parentes e sobreviventes.

- Isso tudo é algo que machuca muito. Nós, da CVV, estamos aqui hoje para acolher um pouco da dor deles, para compartilharmos esse momento. Sabemos que a demora pelo júri só aumenta a angústia, o que pode levar à culpabilização de si mesmo. É isso que nós não queremos que aconteça, estas pessoas aqui, não são os culpados - diz Brandão, mostrando os familiares.

Vigília em frente ao prédio da boate Kiss marca homenagens aos 7 anos da tragédia

Depois da fala do porta voz da CVV, foi a vez da palestra do escritor e jornalista Fabrício Carpinejar conversar com os presentes. A palestra dele foi acalorada e marcou as homenagens às vítimas, familiares e sobreviventes.

_ A Boate Kiss era uma máquina de matar, porque se não fosse no dia 27, seria no dia 28, no 29, no 30. Seria qualquer outro dia. É um problema da sociedade. É um problema da comunidade. Quem tem um impunidade de 7 anos, enlouquece sim _ salientou Carpinejar durante a palestra.

A atividade encerrou com uma homenagem musical.

A repórter Thays Ceretta acompanhou as atividades na Praça Saldanha Marinho. Veja o vídeo:

NA LEMBRANÇA
Este ano foi a sétima vez que a professora aposentada Elizete Andreatta, 56 anos, e o agricultor Darci Andreatta saem da cidade de Joia para Santa Maria para participarem do dia de homenagens às vítimas da Boate Kiss, sendo que o filho Ariel, de 18 anos, é um deles. A mãe comenta que é sempre difícil vir para a cidade, pois tudo lembra do primogênito. 

- Ele era um menino iluminado. Estava feliz que tinha ingressado na universidade, ele fazia Tecnologia em Alimentos, na UFSM (Universidade Federal de Santa Maria). Estava radiante de morar em Santa Maria e só estava começando a vida dele. É muito dolorido, demais - diz Elizete.

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A funcionária pública Seila Lentz, 58, diz que ano a ano sente como se caminhasse para um matadouro toda vez que vai para as atividades de homenagens do Janeiro 27. Isso, porque ela revive tudo referente à noite do incêndio, em que perdeu a filha Juliana, de 18 anos, na UFSM. Sobre o foco da 7ª edição ser a saúde mental e o Janeiro Branco, Seila diz ser um importante, pois sabe quanto o apoio emocional ajuda.

VÍDEO: 'a gente enfrenta esse júri em qualquer lugar', diz pai de vítima da Kiss

Ela conta que fez acompanhamento psicoterapêutico e medicamentosa por três anos, e define que essa ajuda profissional "me ajudou a seguir, a voltar para a vida".

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